Being Human

being-human-season-1-dvd-cover-25Aquela história de sempre: vendo lá as opções de séries no Netflix, vi essa Being Human da BBC entre as opções, e achei que valia a pena dar uma conferida. Sim, é evidente que o que chamou minha atenção foi a palavra “vampiro” na sinopse, mas vá lá, a premissa é interessante: um vampiro (há!), um lobisomem e uma fantasma morando juntos e tentando se passar por humanos normais. Antes que você já comece a ter uma falsa impressão sobre a série, ela tem seus momentos engraçados mas não é comédia. Também ao contrário de muita coisa que tenha personagens sobrenaturais no enredo, ele não se sustenta em casos amorosos – embora é evidente que uma vez que se apaixonar é parte de “ser humano”, isso também aparece ali.

Aliás, chega a ser irônico como uma história com seres sobrenaturais consegue trazer um olhar tão atento à nossa condição, com o que temos de melhor e de pior. Cada uma das personagens busca algo diferente: Annie, a fantasma, nesta primeira temporada quer apenas resolver qualquer pendência que a esteja mantendo entre os vivos. George, o lobisomem, quer ser uma pessoa normal (e de preferência não causar mal algum nas noites de lua cheia, quando se transforma). Temos então o vampiro Mitchell, tentando sobreviver sem beber sangue humano.

No momento vi apenas a primeira temporada e alguns episódios da segunda, então meus comentários serão principalmente sobre o início. Como acontece com qualquer série, o começo é um tanto estranho – até nos “acostumarmos” com as personagens leva algum tempo – a parte dos vampiros é especialmente confusa de início, e é justamente a linha narrativa que terá o grande antagonista da primeira temporada. Mas não leva muito tempo para se situar sobre a vida de Annie, George e Mitchell, e, o mais importante, se apegar às personagens.

Como tinha dito, Being Human não é comédia, apesar de seus momentos engraçados, é aquele humor sutil típico dos britânicos (que eu adoro). Mas na parte do drama, se prepare, porque aí é tipo:

Sério, é MUITO triste. Tem um episódio em especial, já mais próximo do final da temporada, que foi de apertar o coração. O modo como Owen trata Annie, ou os vizinhos tratam Mitchell depois de um mal entendido – tudo leva a crer que nós humanos somos os monstros, e não eles.

Mas aí tem os vampiros ~~do mal~~ para que lembremos que o trio está tentando ser humano, mas que tem os monstros por aí. Negócio é: eu até gostei do plot, a ideia de dominação (aliás, sempre me perguntei porque diabos as histórias de vampiro exploram essa possibilidade tão pouco), mas ali no season finale veio todo um momento meio “vilão-megalomaníaco-vai-fazer-o-discurso-antes-de-acabar-com-suas-vítimas-e-sabemos-que-na-realidade-esse-será-o-erro-dele-e-ele-vai-se-dar-mal”. Bom, dito e feito, sem surpresas aí. Mas acho que foi talvez a única coisa que não gostei – até a vampira pentelha criada pelo Mitchell melhora a medida que o tempo passa.

A série já tem quatro temporadas, e a quinta começa agora em 2013. A primeira temporada tem 6 episódios, as demais têm 8 – todas com quase uma hora de duração. No Netflix apenas as duas primeiras estão disponíveis, mas com sorte logo chegam as outras. De qualquer modo, nada que o método Jack Sparrow não resolva, há. Caso vá procurar a série para assistir, só tome cuidado para não confundir a Being Human britânica com a Being Human norte-americana (eu ainda não vi a segunda, mas considerando o caso Sherlock x Elementary, já dá para ter alguma ideia…).

Em tempo: o ator que interpreta o Mitchell é o Aidan Turner, que em O Hobbit é o anão gato Kili:

E antes que as meninas se empolguem, eu não quero ser a portadora de más notícias, mas meninas, o Kili morre em O Hobbit e, pelo que a Kika já me informou, o Mitchell não está na quarta temporada.

7 comentários em “Being Human”

    1. Esqueci de comentar sobre isso do George! Eu odeio lobisomens, eu acho que é a primeira vez que eu realmente estou interessada na história de um. George é um cute na primeira temporada s2

  1. Já falei no email…mas prepare-se pra chorar MUITO daqui pra frente. Eu revi até a terceira temporada nesses últimos dias e me dá um nó na garganta só de lembrar algumas cenas. Mas o que mais marcou, vendo assim um em cima do outro, é que, apesar de algumas falhinhas de continuidade (a roupa da Annie que muda de vez em quando), a historia é MUITO bem amarrada….coisas da primeira temporada influenciam em coisas da segunda e da terceira temporadas… detalhes das três primeiras temporadas influenciam diretamente na quarta e por assim vai.. Pouquíssimos plots ficam sem solução depois do fim da quarta temporada e me parece que um novo ciclo vai começar na quinta temporada…

    1. aff, se a terceira é mais triste eu já vou preparar os lenços. ontem tentei continuar vendo a segunda mas minha internet estava uma droga, não consegui nem ver aquele link que vc mandou com o piloto =(

  2. Fábio Kabral – Fábio Kabral é escritor, autor dos romances “Ritos de Passagem” e “O Caçador Cibernético da Rua 13“. Escreve também em seus blogs e redes sociais. Ator formado pela Casa das Artes de Laranjeiras, estudou Letras na UFRJ e na USP. Um dos fundadores do site “O Lado Negro da Força“. Já trabalhou como ator, dublador, livreiro e analista de mídias sociais. Palestrante de temas relacionados a afrofuturismo, afrocentricidade, candomblé, literatura fantástica, cultura pop e criação literária. Iniciado no candomblé e filho de santo do terreiro “Ilê Oba Às̩e̩ Ogodo“.
    fabiokabral disse:

    UOU, agradeço a dica, vou buscar assistir hoje mesmo!

  3. Anica, Being Human é tudibão. A experiência de vê-la ao mesmo tempo que vai ao ar é muito legal, principalmente porque o canal britânico coloca vídeos interativos, prequels, blog de alguns personagens e outras coisinhas para que o público se mantenha ligado mesmo quando a série não está no ar e nos fazer já saber algumas coisas quando a temporada estreia.

    Eu confesso que acho a 3ª temporada a mais fraca de todas (embora dá lugar para muitas lágrimas), mas a 4ª se redime. Embora mude parte do elenco, eles são bem interessantes também e eu já caí de amores.

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