Um Dia

Eu não sei se voltei. Deu vontade, to escrevendo.

Eu realmente tenho uns motivos meio bizarros de ir atrás de filmes (e livros). No caso de Um Dia (o livro), eu estava bastante curiosa porque estava sendo bastaaaaante divulgado e comentado, mas como tinha lido opiniões tanto favoráveis quanto desfavoráveis ao livro, nunca me animava de comprá-lo. Aí acabei colocando na lista de pedidos de amigo secreto e ganhei (com uma dedicatória bem fofa do Gabriel lá do Meia Palavra), e tão logo o livro chegou, já comecei a ler. E meio que devorei, porque não era óóóó que obra de arte, mas era muito gostoso. Sobre ele eu falei no blog do Meia Palavra, e não vou me prolongar muito aqui. A questão é que também fiquei curiosa sobre o filme, e com aquela mesma sensação de vou ou não vou, mas aí o fato de ter momentos que se passam em Edimburgo falou mais alto e lá fui eu conferir.

Então, sobre o filme Um Dia. Achei que a proposta de mostrar um dia na vida das personagens ao longo de 20 anos. Porque no livro a cada capítulo há alguns parágrafos que meio que tentam colocar o leitor em dia sobre o que se passou durante o ano na vida de Emma e Dexter, e isso é meio que querer dar um migué na proposta do romance, entende? Desse jeito, não mostra um dia na vida deles, mas vááários dias. No filme não é assim: somos trasportados de um ano para outro realmente sentindo a diferença que esse período pode fazer em nossas vidas. Do nada tá o cara com um bebê no colo, ou a menina toda elegante em Paris. Quem está assistindo acaba subentendendo o que aconteceu no espaço de tempo que não aparece na tela.

E eu não sei se por causa disso, ou talvez até pelas interpretações de Anne Hathaway e de Jim Sturgess, mas fiquei com a sensação que gostei mais do filme do que do livro – e lembrando que eu gostei do livro. Mas foi um daqueles casos em que mesmo já sabendo o que aconteceria eu ainda assim tive todas as sensações que seriam adequadas para determinados momentos (há, sem spoilers aqui). Achei que a relação de Dexter com os pais ficou melhor representada, embora ache que o declínio da vida amorosa/profissional de Dexter tenha ficado um pouco mais fraca, talvez para ficar mais palatável e atingir um público maior.

Assim, tal como o livro o filme é para agradar mulézinha. Fica evidente que a inspiração maior da história (e da direção) são comédias românticas consagradas, como Harry e Sally. Não tem nada de realmente inovador e é só para se divertir. Mas se você gosta de em alguns momentos curtir um chick flick, é realmente uma boa pedida. Além disso tem as cenas em Edimburgo e foi tããããão bom rever a cidade! Mesmo lugares que eu não visitei como o Arthur’s Seat, sei lá, bateu nostalgia, aí fez valer mais a pena ainda.

Eu li alguns comentários falando que o problema do filme é que ao invés de focar nas pessoas (Emma e Dexter) ele foca no relacionamento, e aí as personagens ficam um pouco mais vazias – é o tipo de coisa que poderia acontecer com qualquer um. Não discordo totalmente, realmente há alguns momentos em que você não “engole” muito bem  história tal como no livro (por exemplo, o desejo de Emma ficar grávida). Mas outras coisas me pareceram melhores. Uma pena mesmo foi terem mudado o contexto da carta que Dexter envia para Emma, dizendo que se pudesse dar um presente para ela, seria a confiança. Aquele é um dos melhores momentos do livro e ficou bem minguado no filme.

Mas no geral foi uma boa experiência. Repito, é legal, desde que você saiba que é chick flick e não vá buscar nada mais do que um pouco de diversão água com açúcar. Eu, como mulézinha, não vejo problema algum em um romancezinho de vez em quando. Porém, sabe como é, às vezes queremos puxar nosso par para curtir conosco uma história. Fica a dica: DON’T. Veja sozinha, será bem melhor, acredite.

3 comentários em “Um Dia”

  1. Também gostei mais do filme do que do livro. Assisti com a Dani logo que saiu o BRRIP e achei bem legal. Não creio que seja um chick flick, ele foge bastante da formulazinha tradicional.

    Serviu também pra me culpar mais de não ter subido até o Arthur’s Seat. Edimburgo, saudades eternas.

  2. Eu tb fiquei arrependida de não ter subido o Arthur’s Seat. Achava que seria um treco para estar mais preparado (roupa adequada, sei lá), mas me pareceu que era só uma caminhada mais longa que o Calton Hill, mas de inclinação parecida. Fuééém, queria ter visto ;(

    E é chick flick sim =P Harry e Sally meets Cidade dos Anjos hehehehe

  3. Eu adorei o filme, achei bem equivalente ao livro. Achei que implicaria com o sotaque da Anne Hathaway, mas ela foi uma Emma perfeita. É muito bem feito, de uma forma que tu realmente se envolve na história, se importa com os personagens (odiei o Dexter do livro, mas não o do filme, por exemplo). Mas tem duas coisas de que não gostei. A primeira é que eles são obviamente apaixonados um pelo outro desde o início, e é meio idiota não terem ficado logo juntos (talvez porque o Dexter do filme não seja tão egocêntrico e detestável na juventude, talvez como recurso tradicional de romcom mesmo). A segunda é a maneira melodramática e grosseira como é mostrado o desfecho, que contraria todo o resto do filme. No início da cena tu já sabe o que vai acontecer, não é como o choque bruto de ler aquela última frase do capítulo.
    E, sim, muita saudade de Edimburgo… até de Arthur’s Seat, que só vimos de longe. Eu também achava que era mais inacessível… e estava muito frio e com neblina forte.

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