Hell House (Richard Matheson)

Publicado em 1971 e sendo relançado agora no Brasil pela Editora Novo Século, Hell House foi escrito por Richard Matheson, o mesmo autor de Eu sou a lenda. E assim como Eu sou a lenda já ganhou versões para o cinema, eu só vi uma, mas bem, já nem lembro mais a razão, mas sei que não curti A Casa da Noite Eterna (1973), dei três estrelinhas só. Então não tinha lá muitas expectativas sobre o livro, apesar de várias pessoas estarem lendo e elogiando.

E o bom de não ter expectativas é que é possível se surpreender. Gostei muito do livro e colocaria fácil em uma lista de melhores histórias de fantasma que já li. Não só pelo fator assustador da história, mas pelo modo como Matheson desenvolve a narrativa, que foi muito bem sacado. Um grupo com quatro pessoas vai investigar uma mansão assombrada: um físico, a esposa dele, uma médium e um rapaz que conseguiu escapar da mansão anos antes.

Eles precisam passar uma semana na casa para provar para um ricaço se existe ou não vida após a morte. Obviamente, cada um deles têm uma visão bem formada sobre o que vão buscar na Mansão Belasco, portanto logo que entram já tendem a receber os fenômenos de acordo com suas ideias. Por exemplo, Dr. Barrett (o físico) não nega que cadeiras de balanço estão se mexendo sozinhas – ele só tem sua própria explicação científica para tal.

É o tipo de coisa que rende momentos bem assustadores (e marcantes), especialmente quando vamos nos aproximando mais do final do livro e o que é melhor, deixa a pergunta sobre se são fantasmas mesmo ou não em suspenso para o leitor. Porque o foco da narrativa vai variando entre os quatro, fazendo com que os fenômenos sejam vistos com a interpretação deles para os eventos. Foi realmente uma saída muito bem sacada para a questão da assombração.

E além disso, é claro, tem a questão de ser uma ótima história de horror. Algumas passagens são bem fortes, e a casa em si parece tornar-se uma personagem, no melhor estilo A Queda da Casa de Usher de Allan Poe. Aliás, tem uma referência ao Poe na história, então não acho que seja muito absurdo dizer que Matheson bebeu na fonte do terror de Poe para escrever a história, fazendo da loucura e o descontrole uma das maiores causas do medo.

2 comentários em “Hell House (Richard Matheson)”

  1. Você achou o final bacana?
    Eu não achei, e pelo motivo oposto ao que você escreveu aqui no blog: pra mim o Richard Matheson explicou o final e foi isso que estragou tudo.
    Quer dizer, tudo não, porque eu acho esse livro altamente recomendável pra quem gosta do gênero (depois de A Assombração na Casa da Colina, de Shirley Jackson, você já leu? )

    ATENÇAO,SPOILER

    Não me conformo com o fato de ninguém ter recebido dinheiro nenhum, como as pessoas vão pra um lugar daqueles em que várias outras morreram de forma trágica e não assinam um contrato? Nem um seguro de vida?
    =/

    1. essa parte do dinheiro eu achei meio desnecessária, no final das contas. não mexe nas motivações das personagens, sei lá pq resolveram fazer isso.

      mas o que eu gostei da conclusão foi mais o clímax em si, belasco botando pra quebrar e tal. as explicações realmente tiram um pouco a graça, mas não acho que chegou a estragar, não =S

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