Pá-pum cinéfilo (parte V)

Eu sei que sumi tem uma semana, mas há motivos para isso. Primeiro é que eu não estou mais de férias. E não estar mais de férias significa acordar cedo e chegar em casa com TANTO sono que não consigo nem ler, que dirá escrever aqui. Mas um pouco antes disso deu para conferir alguns filmes, então fecho o Pá-pum cinéfilo dessas férias comentando sobre eles. Tem filme cotado ao Oscar, filme massacrado pela crítica e adaptação odiada por mim, há. Vamos lá.

Guerra ao Terror: Uhum, esse é um dos cotadíssimos ao Oscar, e ó: nas categorias principais. E o bafafá ao redor desse filme está tão grande que a distribuidora aqui no Brasil, que tinha lançado o título direto em DVD no ano passado, resolveu agora lançar no cinema (previsão é 5 de fevereiro). Eu vou dizer uma coisa, simplesmente NÃO É meu tipo de filme, então pode ser uma obra prima como muitos estão dizendo, mas para mim foi só um saco. Até porque eu não consigo simpatizar com a “causa” dos americanos que estão lá no Iraque. Mas sim, a tensão é bem desenvolvida e tudo o mais. Mas hum, não ficarei chateada se o filme não levar estatueta alguma.

Um olhar do paraíso: O filme tem sido massacrado pela crítica, e também pelos leitores da obra da qual ele foi adaptado (um dos argumentos é que o estupro e assassinato da protagonista ficou de fora). Eu não acho que seja o melhor trabalho de Peter Jackson, longe disso. Mas também não pareceu um filme insuportável. Aliás, pelo contrário: prende sua atenção e quando você vai perceber, pans, já acabou. Os maiores defeitos dele são alguns momentos extremamente piegas (daqueles que dão MUITA vergonha alheia) tipo as vítimas do serial killer brincando felizes da vida no paraíso (wtf) e bem, o (óbvio) cunho espírita. Saca aquela novela da década de 90, A Viagem? Poisé.

Dorian Gray: CA-RA-CA. Oscar Wilde vai lá e escreve um livro genial, com uma das melhores personagens de todos os tempos. E não tem um infeliz que consiga passar a história para a telona sem que fique um cocô? Seria algum tipo de maldição? Porque assim, não é só pela questão da fidelidade à obra, até porque ela nem existe mesmo: inventaram uma filha do Lord Henry para Dorian se apaixonar, inventaram de Dorian fazer sexo com o Basil, etc. Mas o problema é que é tudo MUITO mal executado. Até o Colin Firth conseguiu mandar extremamente mal, numa atuação que beira ao ridículo, meio como se fosse uma pessoa com raiva lendo rapidamente algumas falas para acabar logo com aquilo. Lixo total, fuja!

Naboer: Suspense norueguês até bem interessante, embora eu tenha matado a charada bem antes do fim. Um sujeito está chateado com o fim de um relacionamento quando conhece suas duas novas vizinhas. Só que as meninas são meio doidinhas e ficam torturando o cara psicologicamente (o que inclui até uma cena de sexo com a garota dando socos no rosto dele). E aí você começa a reparar que as coisas estão meio esquisitas e o filme está doido de mais e ah é, prevê o fim. Mas vale a pena, mesmo assim. Mas eu não posso falar muito a razão disso porque aí você descobre o fim antes mesmo de assistir, o que tira muito a graça da coisa, acredite. Ah, adivinha só? Já estão falando em fazer uma versão americana do filme. Blé.

Os Estranhos: Daqueles tipos de suspense que já começam com uma mensagem anunciando “Baseado em fatos reais”. Uma mulher (Liv Tyler) e o namorado (Scott Speedman, o Ben de Felicity) estão em uma casa no meio do nada. Só pelo casa no meio do nada já dá para sacar que vem coisa ruim, né? Mas por que será que essas pessoas continuam indo para casas no meio do nada?? Ok, ok, sobre o filme. O casal não está muito bem porque a garota acabou de dar um fora no sujeito que tinha preparado *o* pedido de casamento para ela. Então, eles passam a ser aterrorizados por umas pessoas de máscaras (os estranhos, sacou, sacou?), que chegam na casa tocando o horror mesmo. Filme tenso do começo ao fim, bem legal para quem curte coisas do gênero.

Um comentário em “Pá-pum cinéfilo (parte V)”

  1. Bruno Portella – Sou a máxima de Raul, um ambulante retirante reticente que insiste em ser pensante. Romântico e cabeludo, luto insistente pelo conhecimento descabido, despercebido e desacreditado. Rosto pipocado pelos pecados; olhos grandes e visionários de cor indecisa e daltônica. Mãos argutas me ferem a mente, quando mentem a realidade dançando relatos indecentes do meu inconsciente conscientemente doente. Baixo em proporções colossais, mas atencioso ao que vê dobrado, desmascarado. Sou gente pisante, vivente e indescente como todo bom ser-humano.
    Bruno Portella disse:

    Olha, concordo que não ficou perfeito. Tanto que comento que não achei bacana terem tornado Henry um personagem mais vulnerável a Dorian na parte final.

    Mas num todo, a adaptação ficou boa sim. O único problema pra mim foi essa mudançazinha na personalidade do Lorde Henry. Mesmo a invenção da filha do Henry não foi uma escolha tão grotesca.

    Eu gostei.

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