Harry e Sally

harrysally2Vi uma reportagem no G1 que comemorava os 20 anos daquela que considero a melhor comédia romântica de todos os tempos: Harry e Sally. Sim, sim. Aqueeeela na qual a Meg Ryan finge um orgasmo em uma lanchonete lotada. O filme foi lançado em 21 de julho de 1989, quando eu ainda tinha 8 anos de idade e não tinha qualquer expectativa sobre os encontros e desencontros de uma relação com outra pessoa. Na realidade só fui assistir ao filme em 2003, quando simplesmente me vi em cada fala da personagem Sally, como quando ela dizia indignada para Harry, após uma baita declaração de amor que sinceramente é uma das minhas favoritas de todos os tempos1 : Viu só? Isso é bem típico de você Harry. Você diz coisas como essas e torna impossível odiá-lo.

É um daqueles filmes gostosos de assistir. Gostosos mesmo, como uma bomba de chocolate: você sabe que será doce, mas a dose de sacarina é equilibrada, de tal forma que não torna a experiência enjoativa, mas no final das contas deixa aquele gostinho de quero mais. E muito disso é porque tanto pelo roteiro quanto pelas atuações de Meg Ryan e de Billy Crystal o casal é completamente crível, e por isso a identificação.

Aquela coisa: quando o filme começa, você já sabe que eles ficarão juntos (embora o roteiro original previa o contrário). Eles se provocam demais, são diferentes demais, se irritam demais. Tudo demais. E todos sabemos do que parte esse tipo de relação. Mas em dado momento em uma (ótima) conversa sobre como o sexo estraga as relações entre homens e mulheres, Harry Burns setencia que ele e Sally Albright jamais serão amigos. Ao que ela responde: É uma pena. Você é a única pessoa que conheço em Nova York.

Ao contrário do que ficaria óbvio, não é essa primeira solidão que os une, mas a solidão da separação. Ambos se reencontram no final de um relacionamento, e é como pessoas “chutadas” pelos supostos amores de suas vidas que se apaixonarão. Simplesmente porque não estão prevendo se apaixonar novamente, estão exatamente naquele momento em que se acredita não ser possível ser feliz com alguém.

Harry e Sally é realmente uma delícia. Eu não posso dizer com toda certeza se é o tipo de filme que agradaria também aos homens, mas eu vejo ali diálogos inteligentes, então talvez seja o tipo de filme que você poderia mostrar para seu namorado sem que ele ficasse irritado com toda a melação da história. Talvez ele até se encontre no Harry, que é de longe uma das figuras masculinas que eu mais gosto no cinema.

Se ainda não viu, assista. Sendo homem ou mulher. É garantia de um tempo divertido, com aquele ar de Sessão da Tarde e com a certeza de que se apaixonar não significa necessariamente virar a pessoa mais idiota do mundo. E duas curiosidades para terminar:

– A atriz Molly Ringwald foi sondada para o papel de Sally na época. Não lembra dela? Se você tem mais de 25 anos isso é simplesmente impossível. A Garota de Rosa Shocking, O Clube dos Cinco, Gatinhas e Gatões… Ela estava no auge na época, mas tão no auge que não teve tempo de assumir o papel. O que deve ter sido uma pena para ela. Quem sabe a “musa” das comédias românticas dos anos 90 teria sido ela, e não Meg Ryan né?

– A roterista Nora Ephron diz que se tem uma coisa que ela gostaria de mudar no filme é o título, que em tradução literal seria “Quando Harry encontrou Sally“. Há pouco tempo chegou um livro dela aqui no Brasil, O Amor é Fogo.


  1. I love that you get cold when it’s 71 degrees out. I love that it takes you an hour and a half to order a sandwich. I love that you get a little crinkle above your nose when you’re looking at me like I’m nuts. I love that after I spend the day with you, I can still smell your perfume on my clothes. And I love that you are the last person I want to talk to before I go to sleep at night. And it’s not because I’m lonely, and it’s not because it’s New Year’s Eve. I came here tonight because when you realize you want to spend the rest of your life with somebody, you want the rest of your life to start as soon as possible. 

4 comentários em “Harry e Sally”

  1. Eu vi e gostei, mas sei lá, eu tive uma fase início dos anos 2000 em q eu mudei pro Rio e entrei numa locadora que tinha uma promoção de 7 filmes por 7 dias e 7 reais (não valia lançamento é claro). Nessa época eu deitei e rolei. Chegava a alugar 14 filmes por semana. Nas férias 21. Morava no Rio e tinha poucos amigos aqui ainda. Morava sozinho de tudo e os filmes eram meus amigos. Vi Harry & Sally nessa época. Mas meu gosto por filme ainda estava sendo desenvolvido. Muita coisa que eu vi por ali e não gostei adorei quando revi (exemplo A.I. e Cães de Aluguel). Harry & Sally eu gostei, mas não achei marcante. Talvez pq eu já tinha 20 anos qdo vi pela 1a vez ou pq naquele momento não me marcou. Vou por na lista pra ver de novo.

    1. Eu sei lá, às vezes vai mesmo do que vc está vivendo no momento. Eu tenho certeza que 10 entre 10 garotas q estão apaixonadas pelo melhor amigo acabam adorando o filme, hehe

  2. Nos anos 90, eu me lembro que por falta de opção, resolvi pegar este filme na locadora. Assisti de forma desprentensiosa, mas no final do filme estava correndo junto com Harry p/ tentar encontrar a Sally na festa de ano novo. É o melhor filme de comédia romantica que já assisti e deveria ter sido Meg Ryan sim, estava perfeita, com expressões marcantes. De Billy Cristal nem se fala. Tanto gostei que meses depois voltei á locadora e comprei o filme do dono. Acho que vou assistir hoje, pela 54a vez em sua homenagem.

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