O Clube do Filme (David Gilmour)

Ok, acho que passou a maré ruim, finalmente um livro que não fiquei lutando para chegar até o fim. O Clube do Filme é uma história sobre um pai que ao ver o filho odiando a escola resolve oferecer para o garoto a opção de largar os estudos, e não precisar trabalhar nem pagar aluguel, desde que assistissem juntos pelo menos três filmes por semana. Então que eu achava que David Gilmour era o cara do Pink Floyd (e é), mas o autor do livro é um outro David Gilmour, jornalista canadense.

Enfim, a verdade é que eu acho que o charme do livro não é a relação dele com o menino Jess (embora tenha lá alguns bons momentos, especialmente quando estão falando de mulheres), mas as impressões/apresentações de Gilmour sobre os filmes que passará para o filho. Alguns dos filmes dos quais ele fala eu nunca vi, e com um parágrafo só ele fez com que eu ficasse morrendo de vontade de assistir, só para ter uma ideia.

E quando ele fala dos que eu já vi, como por exemplo O Iluminado, aí fica ainda mais legal. Ele chama atenção para alguns detalhes daqueles que você pensa que só você tinha prestado atenção (ou só você adorava). Ou quando ele começa a falar de Beatles e o filho adolescente obviamente não dá a atenção que ele gostaria, você meio que se enxerga no narrador. Acho que é o equivalente ao Frenesi Polissilábico do Nick Hornby, mas para cinema.

Como contra só vejo um pouco de açúcar demais na parte da relação pai e filho. Sei que é necessária, afinal o livro é sobretudo sobre isso, mas em alguns momentos a pieguice é meio constrangedora, digamos assim. Ainda mais quando ele vai descrever não só a relação dele com Jess, mas com a esposa e a ex. De qualquer modo, não é nada que estrague o livro, que deve com toda certeza encantar o pessoal que curte cinema.

Para saber mais sobre o livro, dê uma passadinha lá no site da Editora Intrínseca.

6 comentários em “O Clube do Filme (David Gilmour)”

  1. anapeterka – Esposa, filha, irmã, amiga. Apaixonada por cozinhas, viagens, cachorros, cinema, música e tantas outras coisas.
    Nana disse:

    Ufa… ao menos não foi só eu quem achou que tratava-se do David Gilmour PInk Floyd :mrpurple:
    Também gostei muito da parte cinematográfica… é quase um guia de cinema com impressões bacanas sobre gêneros diversos!! Obaaa! Beijos!

  2. Adorei tua critica, to começando a ler agora o livro e eu também comprei achando que era o David do Pink Floyd. Talvez seja uma bela jogada de marketing.
    Pelo visto devo terminar de ler em dois dias, porque dá muita vontade de saber qual o proximo filme que vao ver.
    Achei o post no google, mas terei o prazer de ler sempre este site.

  3. C.A. Santos – Marido, pai e músico. Fora dos padõres. (Quase todos eles.) Portador de certo nível de revolta. O suficiente sempre para escrever, nem sempre para agir. Entendendo em parte, buscando em breve o conhecimento completo universal. Matando lentamente aquele que há em mim para poder experimentar uma plena e definitiva possessão por parte ”daquele que existe por si só”. Ensinando história, filosofia, inglês e teologia, mas aprendendo muito mais. Me preparando para a última e mais duradoura transição. Em obras. Permanentemente.
    Beto disse:

    Só faltou dizer que você emprestou o livro de um professor colega seu que é muito gente boa! ; ) Kisses Annie! See you at Champa! (If we survive!)

  4. Oooh! Nossa, ainda bem que não foi só eu [2]
    Ouvi falar do livro e me interessei bastante pela história , mas confesso que me interessei bem mais quando vi o nome do autor. Quando pesquisei vi seu post, que felizmente não me fez desistir de lê-lo ou ficar menos interessada pelo livro.

    ^^ Valeu!

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