O Curioso Caso de Benjamin Button

the-curious-case-of-benjamin-buttonOs comentários gerais que ouvia sobre O Curioso Caso de Benjamin Button eram de que o filme era bom, “mas não tudo isso”. Tanto é que minha aposta para o Oscar era Slumdog e Milk, com o Curioso Caso… ficando ali com os prêmios mais “técnicos”, tipo maquiagem e efeitos especiais. Pois então, terça-feira de carnaval, eu em Curitiba com um tempinho feio e absolutamente nada para fazer, finalmente vou lá conferir o filme. Uma das principais razões de eu ter deixado para assistir só nessas condições é que o filme tem cerca de duas horas e quartenta. Haja vida, heim.

E até por causa do tamanho do filme (quase um Senhor dos Anéis, hehe) meu primeiro medo era justamente que ele fosse maizomeno. Daqueles que você fica toda hora olhando para o relógio e pensando “Falta muito, Papai Smurf?”. Notícia boa: você nem sente o tempo passar. Talvez pelo plot inusitado (o homem que nasce velho e vai ficando jovem), desde o princípio sua atenção é presa e você embarca em uma espécie de montanha russa, saltando do cômico para o drama de uma cena para outra.

Brad Pitt está muito bem no papel, fazendo de Button um sujeito inocente mas nem por isso idiota. Na primeira metade do filme vamos seguindo o desenvolvimento da personagem, que aprende a ler, a beber e a transar ainda como um idoso. Esse momento já acompanha o eixo principal da história, o romance entre Button e Daisy (interpretada por Cate Blanchett) – que é na minha opinião a parte mais tocante do filme, até por causa das complicações da união dos dois: em apenas um momento ambos tem idades semelhantes. Antes Button é muito velho, depois muito jovem, os desencontros das personagens serão marcados sobretudo por isso.

Algumas pessoas compararam o filme ao Forrest Gump, acho que não tem muito a ver. Gump era uma pessoa sortuda, digamos assim. As coisas aconteciam para ele porque ele estava no lugar certo, na hora certa. Button, como já comentei, pode parecer tão inocente  quanto a personagem interpretada por Tom Hanks, mas ele mesmo toma suas decisões e sabe que existirão consequencias para elas.  Mas eu ainda acho meio bocó esse hábito de comparações, então voltemos ao Button.

O Curioso Caso… também é um show à parte no que diz respeito à maquiagem e aos efeitos especiais. É mais uma daquelas ótimas situações em que os efeitos servem para contar a história, e não a história para mostrar os efeitos. Então é tudo sutil, contribuindo para a composição geral do que você está assistindo. Não basta ter uma maquiagem soberba se o tom de voz não é modulado de acordo – e tanto Pitt como Blanchett dão conta disso.

No mais, é aquela coisa: uma arapuca. Segue as fórmulas básicas daqueles filmes para arrancarem lágrimas em alguns momentos, com frases para serem citadas mais além e tudo o mais. E bem, eu fui pega de jeito na armadilha e devo dizer que adorei. O fato de mal ter sentido o tempo passar é uma prova disso.  Para quem também se apaixonou, não esqueçam que o filme é baseado em um conto do escritor americano Fitzgerald e recentemente chegou nas livrarias uma versão em quadrinhos da história.

4 comentários em “O Curioso Caso de Benjamin Button”

  1. Olá
    Normalmente eu acho blogs uma arte narcisista, um meio em que as pessoas colocam suas opiniões como um ultimato e querem que todos as sigam. Mas fiquei feliz em ter encontrado seu blog, já que ele é tão desvencilhado disso porque sugere e não impõe opiniões…
    Parabéns…
    abraços

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