Pá-pum cinéfilo (parte III)

Minhas férias acabaram e acabei reduzindo o ritmo das sessões de filmes, mas ainda assim dá para fazer pelo menos um último Pá-pum cinéfilo (ou fazer uma categoria disso, vá saber). Lembrando que aqui você poderá encontrar a primeira parte dos comentários e aqui a segunda parte. Dois mais antigos na lista, duas barbadas do Oscar desse ano e um Del Toro de lambuja porque vocês sabem, adoro filme baseado em gibi. Comecemos então.

Wall.E (2008): Desde que essa animação chegou aos cinemas eu tive ‘n’ oportunidades de assisti-la, mas por alguma razão sempre deixava para lá. Não era por falta de vontade de ver, porque TANTA gente elogiava que era óbvio que não era ruim. E não é mesmo. Pelo contrário, é excelente. Daquelas histórias inocentes e fofas, com personagens que cativam pelas ações, não pelas palavras (até porque o filme quase não tem diálogos). É impossível não se encantar pelo robozinho e pelas pessoas e máquinas que ele encontra (até mesmo o vilão uma espécie de HAL 9000. E o melhor: apesar da mensagem ecológica, não é piegas (ou pelo menos não no nível vergonha alheia da pieguice). Primeiro nota 10 que esse ano, na minha opinião e barbada para Oscar de melhor animação.

O  Grande Lebowski (1998): De tempos em tempos sempre surge um daqueles “cults” que todo mundo adora e aparentemente só você não viu. Era assim com O Grande Lebowski. Sempre batia os olhos e encontrava o filme em listas de melhores seja-o-que-for. Aí resolvi encarar e qual não foi minha surpresa ao descobrir uma ÓTIMA comédia, daquelas insanas e ao mesmo tempo inteligentes que tão raramente vemos por aí? O filme conta a história de um sujeito que gosta de ser chamado de “O Cara” que um belo dia é atacado em casa por homens que depois ele descobre estavam a procura de outro Jeffrey Lebowski (o “grande” Lebowski do título). A partir daí é uma confusão após outra, com um elenco afinadíssimo (as conversas d’O Cara com os amigos no boliche são impagáveis). Vale cada minuto.

Hellboy II: O Exército Dourado (2008): Como boa nerd que sou, foi quase impossível assistir Hellboy sem ficar pensando em tudo o que o Del Toro poderá fazer com O Hobbit. Quem assistiu O Labirinto do Fauno sabe como ele consegue saltar do sublime ao grotesco, do sonho ao pesadelo em poucos segundos. E sabe também como ele consegue recriar o ambiente fantástico de modo tão verossímil que você é tragado para a história sem ficar pensando que “Ei, é só fantasia”. Com Hellboy foi a mesma coisa, incluindo aí um toque de humor com momentos hilários como com Abe e Hellboy bêbados cantando Can’t Smile Without You. Salvo uma coisa ou outra que poderia ter ficado de fora (mas na verdade parece ser ligações com um futuro Hellboy III), é simplesmente perfeito.

Valsa com Bashir (2008): Animação que acabou surpreendendo ao ganhar o Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro, que já era dado como certo para Gomorra. E agora chega ao Oscar como uma certeza, já que o grande concorrente (Gomorra) sequer foi indicado. A história é uma tentativa do diretor (Ari Folman) de resgatar os eventos que aconteceram na Guerra do Líbano do qual ele fizera parte como soldado, ainda jovem. Como ele não lembra de nada, vai atrás de colegas da época que relatam o que viveram naqueles tempos – e partir disso ele vai reconstruindo suas lembranças e, ao mesmo tempo, apresentando a história para o público. É um filme forte, daqueles no melhor estilo “soconabocadoestomago” e eu confesso que chorei no final (quando sai da animação para imagens de documentário). A pena é que só chega nos cinemas do Brasil em abril, espero que pelo menos pelas premiações apareça em várias salas e não só nos cinemas “cults” de cada cidade.

As Bodas de Satã (1968): Considerado por algumas pessoas como o melhor filme da Hammer, esse horror com roteiro de Richard Matheson (oi? Eu sou a Lenda) e atuação de Christopher Lee surpreende. Primeiro porque o plot é até bem batido (ok, pode não ter sido na época, mas hoje em dia é): dois homens tentam salvar um amigo de um grupo satanista. Aí você pensa que graça teria uma filme assim, e em 15 minutos ele já prende sua atenção. Mas aí quando você pensa que ficará mais no suspense e não levará qualquer susto, pans. Para fãs do gênero, acho que deveria entrar em qualquer lista de “Filmes de horror para assistir”. E um fato curioso: vocês sabem, algo bem marcante sobre o Lee é a voz dele. No filme parece bem diferente do que vemos em O Senhor dos Anéis. Será que depois de velho a voz dele ficou mais grave?

3 comentários em “Pá-pum cinéfilo (parte III)”

  1. Deriel: eu não tinha visto 🙁

    Anica: teu post deu a entender q vc preferiu wall-e do que valsa com bashir, certo?
    eu tô na dúvida ainda. claro q um filme não tem nada a ver com o outro, mas eh q os dois são de animação… enfim…

    e putz, O GRANDE LEBOWSKI = fantástico.

  2. eu acho que são filmes diferentes, no final das contas. ambos excelentes, mas cada um se sobressai de maneira diferente. na verdade eu nem sei pq dei 9 estrelas pro valsa e 10 pro wall.e, no final ambos mereciam 10. :think:

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