Da história do guardanapo

Eu tenho um pedaço de guardanapo, todo enroladinho e amassado, guardado dentro de uma agenda. Guardo ele desde o final de 98. Eu estava completamente apaixonada por um carinha e uns dias antes do ano novo, estava tomando sorvete no calçadão de Caiobá com meus irmãos e minha cunhada, quando ele passou na minha frente.

Passou com outra menina…

Para não chorar ali na frente deles (muito menos ali no calçadão), eu comecei a enrolar o guardanapo nos dedos. Enrolei, enrolei, enrolei… quando cheguei em casa, percebi que tinha virado quase um fiapo de papel. E eu me sentia um fiapo de gente.

Resolvi guardar na agenda. Escrevi no dia em que guardei o papel com minha caneta roxa metálica: “Você ainda vai rir disso.” E sabe? Depois que nos reencontramos tivemos momentos tão bons que sim, eu sempre rio daquele papelzinho.

Quando eu estou triste volta e meia eu abro minha agenda e procuro esse papel. Eu gosto de lembrar que por pior que uma situação seja, nunca é para sempre. Ou as coisas se resolvem, ou as pessoas vão embora. Até que virem lembrança, até que não sejam mais o problema.

É, eu estou com o papelzinho aqui do lado…

Te encontro, com certeza
Talvez num tempo da delicadeza
Onde não diremos nada
Nada aconteceu

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