Dolls

Hoje a tarde li uma notícia que chegou em Curitiba um filme japonês chamado Dolls. Eu fiquei toda empolgada, mas tinha aula depois… bem… tinha

Dirigidido por Takeshi Kitano, Dolls não é exatamente um filme convencional. Fala sobre o amor, mas de uma forma trágica: desde um relacionamento marcado por egoísmo, até conseqüências de uma má escolha. É interessante, porque são contadas três histórias diferentes, mas que não são divididas por capítulos ou algo assim: as histórias de um casal para outro tem sempre ligação, uma espécie de link, seja um personagem secundário, seja um lugar.

A história que sem dúvida serve como ‘cola’ é a do mendingos amarrados. Foi a que eu achei mais tocante, no final das contas. Um jovem deixa a namorada para casar com a filha do chefe, mas no dia do casamento descobre que a ex tentou o suicídio e enlouqueceu. Ele abandona a noiva no altar e começa a cuidar da ex, mesmo tendo que viver na miséria.

Eles passam a caminhar por vários lugares, amarrados por uma corda vermelha. É em determinados lugares que eles passam que se estabelece a conexão com as outras histórias. Na primeira, um chefão da Yakuza, ao saber que tem pouco tempo de vida, passa a lembrar da antiga namorada, que jurara esperar por ele sempre no mesmo lugar, para almoçarem juntos. É uma história bem delicada e acho que é até um dos momentos mais ‘leves’ do filme.

Na outra história, uma pop star sofre um acidente de carro e fica desfigurada. Com vergonha do rosto, decide se isolar. Mas um fã fura os próprios olhos para poder chegar perto da cantora.

Lógico, o filme tem momentos lindos, a fotografia é realmente espetacular. Acho que o único ponto fraco mesmo é a trilha sonora, que chega a ser irritante em alguns momentos.

O interessante em Dolls é que, quando o filme acaba, você ainda passa um bom tempo pensando na história dos mendingos amarrados. Apesar da atuação do ator Hidetoshi Nishijima não ser lá um primor, a Miho Kanno dá um show como a indefesa garota.

Mas, sem sombra de dúvidas, os lugares por onde o casal passam são o que realmente ficam colados na memória. Há algumas cenas que são lindas, principalmente por causa da escolha do diretor de marcar o tempo através das estações do ano. O outono é fantástico, mas a primavera enche os olhos.

O que os outros disseram:

Contracampo

Cinetese

Cineweb (entrevista com Kitano)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.