Rodada de YA

Explicando pela enésima vez porque sempre tem o perdido que chega aqui por causa de um único post e aí acha que eu tenho preconceito sobre YA e blablabla. Não, eu não tenho. Eu curto, me divirto e alguns eu considero acima da média, vide o caso de Eleanor & Park e A culpa é das estrelas, por exemplo. Mas a verdade é que os YA que andei lendo recentemente não são exatamente aqueles sobre os quais eu tenho muito a comentar, então resolvi agrupá-los em um post só (sim, esse que você está lendo agora), para não ficar sem o registro (porque eu já estou naquela fase em que vejo post antigo meu aqui e penso “Caramba, eu li esse livro??? Sério???”). Bom, aos comentários.

Anna e o Beijo Francês (Stephanie Perkins): Anna é uma garota americana que vai passar o último ano antes da faculdade em uma escola em Paris. Pode ser o seu sonho, mas o fato é que ela não queria nada disso, especialmente porque não queria viver longe da melhor amiga e do rolinho que poderia virar algo mais sério. Aos poucos ela vai conhecendo pessoas novas e vai se deixando encantar pela cidade.

Então. Apesar de o enredo tomar um caminho bem previsível, o livro me conquistou principalmente porque as descrições que Perkins faz de Paris são ótimas, você quase viaja junto com a protagonista. a escola de Anna fica no Quartier Latin, mesma região em que fiquei quando fui para lá, então acabei morrendo saudades (e de vontade de viajar). Além disso, o interesse romântico da menina é um fofo, então o lado noveleira meio que pega o balde de pipoca e acompanha animada o will they won’t they por mais que já tenha ideia que yes, they wil.
Continue lendo “Rodada de YA”

O escolhido foi você (Miranda July)

escolhidoNão sei sobre você, mas eu devo ter memória seletiva quando o assunto é resenha de terceiros, porque não é possível eu ler opiniões de outras pessoas – em alguns casos até bem detalhadas – e ainda assim me surpreender com livros. Vai ver é por isso que não ligo muito para spoilers, vá saber. O fato é que quando finalmente comecei a leitura de O escolhido foi você de Miranda July eu já tinha lido tanta coisa sobre o livro que em teoria não haveria mais espaço para surpresas. Mas caramba, que surpresa. E que surpresa boa.

Então, aquilo que eu lembrava de ter lido em toda resenha e que eu conto aqui para você caso ainda não tenha visto nada sobre o livro por aí (o que acho difícil, já que ele foi lançado em fevereiro do ano passado, mas nunca se sabe, né): Miranda July é roteirista, e estava vivendo um momento de bloqueio criativo quando um dia no meio da já rotineira procrastinação, tem a ideia de entrevistar pessoas que publicam anúncios no PennySaver. Quer conhecê-las, capturar um tanto de suas histórias e transformar isso em um projeto paralelo que justifique seu “não-escrever”, digamos assim. Continue lendo “O escolhido foi você (Miranda July)”

True Detective (ou: Porque o finale foi tão bom)

(O título já deveria ser bem explicativo, mas né, vale o aviso: se você é fresco de spoiler e ainda não viu a série, volte depois)

Foi mais ou menos assim: começo de ano, eu ainda empolgada com o retorno de Sherlock, e começam a aparecer ali e aqui notas comentando sobre uma nova série que era a grande promessa da HBO, chamada True Detective. Por coincidência, a curiosidade falou mais alto exatamente na semana em que saiu o primeiro episódio, então comecei a acompanhar logo que começou, sem aquela desconfiança que todos nós sentimos sobre séries que do nada começam a ser muito comentadas. Cheguei meio perdida, sem saber qual era a proposta, o formato e a fins – só sabia que tinha um crime da década de 90 investigado por uma dupla de policiais, que seria ligado com outro na década de 00. Hmkay, é o tipo de coisa que pode ser interessante, vamos conferir.

Negócio é que terminei o primeiro episódio (The Long Bright Dark) com o queixo no chão. A forma como a história é construída, com três linhas temporais principais (2012, 2002 e 1995), funciona muito bem porque instiga nossa curiosidade ao mesmo tempo que vai cozinhando as personagens em fogo baixo, digamos assim. Em 2012 vemos um Rustin Cohle (Matthew McConaughey) comentando sobre certa investigação da qual fizera parte em 1995. Há um abismo tão grande entre o Rust de 90 e o de 10 que você não consegue deixar de se perguntar: o que diabos aconteceu com esse sujeito? Por outro lado o Martin Hart (Woody Harrelson) que também está prestando depoimento é um sujeito engomadinho que obviamente “subiu na carreira” dentro da polícia desde 95. O que dividiu o caminho desses homens? Por que não são mais uma dupla? Mais além, por que tanto tempo depois outros investigadores chegam até eles querendo saber sobre um crime do passado?

Continue lendo “True Detective (ou: Porque o finale foi tão bom)”

Oscar 2014: O dia seguinte

Ok, aqui estou eu de novo com minha caneca de café, lutando contra o sono e pensando se realmente valeu a pena dormir tão tarde. Não entenda mal: todo mundo para quem eu torcia ganhou, quem eu torcia contra voltou de mãos abanando e Ellen esteve bem na apresentação. O problema é que foi tão previsível e sem graça. Sei lá, a cerimônia do ano passado não foi muito diferente mas lembro de ter me divertido muito mais enquanto assistia, isso desde o tapete vermelho, que neste ano contou basicamente com dois momentos: Jennifer Lawrence tropeçando mais uma vez (ganhando comentários divididos entre “ha, ha essa jen!” e “haja vontade de aparecer”, o que dá uma boa dica de como a imagem dela ficou desgastada em um ano) e o Benedict Cumberbatch fazendo isso:

Ah, tá, teve a piada do Jared Leto como Jesus. Ok, de repente eu que estava com sono desde o começo da cerimônia, então desconsiderem qualquer comentário mais ranzinza. Falando no Jared Leto, foi a escolha óbvia (e merecida) para melhor ator coadjuvante – sei que fiquei devendo um post sobre O Clube de Compras Dallas, mas resumo minha opinião aqui: teria sido perfeito não fossem as cenas meio “romance de sessão da tarde” entre Woodroof e a médica. Ouvi comentários (maldosos) de que só faltava a personagem de Leto ser judia para completar o que seria o tipo de personagem para quem sempre dão prêmios, mas sério, assistam ao filme e vejam o que ele fez com o Rayon. É lindo. Tem uma cena em especial que eu acho que vou demorar para esquecer, em que ele sabe que vai morrer e está na frente do espelho se maquiando que olha, você tem que ser muito insensível para achar que foi só a perda (absurda) de peso ou alguns esteriótipos que deram esse prêmio para o Leto. Discurso dele foi total self-service, chegou uma hora que achei até que ele ia falar meu nome, há.

Continue lendo “Oscar 2014: O dia seguinte”

Esquenta para o Oscar 2014

Louis, acho que este é o começo de uma bela tradição. Como no ano passado, aqui estou para lembrar todos vocês que a) Amanhã tem Oscar, b) Não vai passar na Rede Globo (e eu que reclamava de quando eles passavam a programação normal incluindo BBB e só então começavam a transmissão, acabo de me dar conta que tudo pode piorar), c) Vai passar na TNT a partir das 21:30h, d) Red Carpet na E! aparentemente a partir das 17h (esses canais de tv a cabo sempre me confundem com os fusos) e e) não poderia faltar a seleçãozinha básica de links relacionados, clica aí:

Ok, hora dos palpites. Acho que será algo parecido com o ano passado, sem muitas surpresas e bem, sem nada de muito absurdo. A temporada de premiação antes do Oscar acabou selecionando quase sempre os mesmos nomes, e alguns casos são meio que dados como certos para a noite de amanhã.

Continue lendo “Esquenta para o Oscar 2014”